Em 2012, surgiu uma holding chileno-brasileira, fruto da iniciativa de duas gigantes da América Latina. O que ninguém imaginava era que ela viria a impactar o mercado de transporte aéreo civil brasileiro de uma forma nunca antes vista. Mas quem seria essa empresa? A LATAM, empresa tão importante para a aviação no país!
História pré-criação
Antes de entender o contexto do surgimento da LATAM, é essencial falarmos primeiro sobre as empresas que permitiram a concepção dessa ideia: LAN e TAM.
LAN (Linha Aérea Nacional do Chile)
Antes de 1929, o Chile, assim como a maioria dos países latino-americanos, não possuía uma empresa de aviação nacional. Dessa forma, deu-se espaço a empresas como a Panagra, uma empresa estrangeira que possuía como central de operações os Estados Unidos. Contudo, em 1929, o comandante Arturo Merino Benítez, impulsionado pela vontade de mudar esse cenário, criou a Linha Aérea Nacional do Chile.
Após operar com sucesso por mais de 60 anos como uma companhia estatal, o governo chileno iniciou um processo contínuo de privatização da empresa. Para isso, partiu da negociação de 51% de suas ações para investidores nacionais. Nesse período, a empresa também se internacionalizou, atuando principalmente na Argentina e Peru.
A partir disso, a LAN destacou-se cada vez mais no mercado internacional, em função de seus constantes avanços, ao comprar pequenas companhias internacionais da área e expandir rapidamente sua frota.
TAM
Em 1961, surgiu a Táxi Aéreo Marília a partir de uma iniciativa de dez pilotos de monomotores. Nessa época, eles realizavam o transporte de cargas e passageiros entre os estados do Paraná, Mato Grosso e São Paulo. Rolim Amaro, um dos pilotos que tiveram a iniciativa de criar a empresa, foi o responsável pela oficialização da TAM, em 1971. Dessa forma, passou a deter cerca de 67% do capital da corporação, que já crescia em ritmo acelerado.
Na década de 80, a TAM se consolidou no mercado nacional, principalmente com a ajuda do Fokker-27. Esse modelo passou a substituir aviões bimotores e permitiu uma significativa ampliação no número de passageiros em voos. Certamente esse, entre outros fatores, permitiu que a companhia alcançasse a marca de 1 milhão de pessoas transportadas pelo país em 1981.
Nas décadas seguintes, a expansão constante do número de rotas pelo país, aliada a estratégias com alto potencial de atração de clientes, como a TAM Fidelidade, transformou a companhia na maior do Brasil na década de 2000. Assim, eram 115 destinos em 23 países, aliados a lucros líquidos que ultrapassavam a casa dos bilhões. Os números falavam por si mesmos.
A Fusão
O interesse mútuo das partes em construir algo maior não veio de repente. Após um longo período de especulações e negociações, em 2011, LAN e TAM assinaram acordos vinculatórios sobre a combinação de seus negócios.
Já em 2012, nasce finalmente a LATAM Airlines Group, como conjunto das operações da LAN e TAM. Naquele momento, a união das frotas resultaria no transporte de mais de 60 milhões de passageiros por ano! Isso principalmente em função da sua vasta frota, contendo aeronaves como os Boeing’s 767 e 777, e modelos do Airbus 330.
A partir desse momento, o grupo LATAM desenvolveu um sólido plano estratégico para os anos com o objetivo de se estabelecer com uma das mais importantes empresas aéreas do mundo. Isso incluiu um extenso desenvolvimento de uma nova marca e identidade visual para a empresa.
Um fato curioso, como contou Jerome Cadler (Vice-Presidente de Marketing) nesse relato, é que o nome LATAM, originalmente, não seria usado pela marca, mas sim apenas para representar o grupo após a fusão das duas empresas. Porém, tal ideia posteriormente agradou os líderes da companhia, que a oficializaram como marca, em agosto de 2015.
Em geral, o mercado da América do Sul recebeu muito bem o surgimento da empresa. Isso significou um crescimento e firmamento rápido para a LATAM em seus primeiros anos de operação na América Latina. Entretanto, há uma exceção interessante nesse contexto: O próprio Chile. Por lá, a LAN era vista como uma marca e motivo de orgulho do país, que havia “se perdido” com a fusão. Assim, uma certa resistência, no sentido da falta de adesão, foi identificada durante a transição no território Chinelo. Felizmente, a falta de receptividade foi se amenizando com o tempo, principalmente em razão de uma troca cuidadosa dentro da nação.
Os primeiros anos e o futuro da LATAM
Nos últimos anos, a LATAM destacou-se muito no mercado nacional. Tanto pela qualidade de seus serviços e pela ampla gama de destinos e aeronaves disponíveis, mas também por competir de igual para igual com as demais gigantes do setor, como a Azul e a Gol, já estabelecidas há mais tempo.
Esse ótimo retrospecto da companhia representa hoje um bom motivo para a LATAM possuir grandes expectativas para o futuro. De acordo com o relatório divulgado no início de 2019, as projeções da empresa são muitos positivas, uma vez que se espera um crescimento na faixa de 7-9% na sua margem operacional, que pode ser diretamente relacionada com a eficiência da empresa de uma forma geral.
Resumindo, podemos esperar que tal confiança reflita em uma expansão contínua da empresa em todos os sentidos, de forma que a LATAM atinja voos cada vez mais altos nos próximos anos!
Curtiu esse texto? Você gostaria de saber também um pouco mais sobre as histórias de outras gigantes da aviação civil no Brasil, como Gol e a Azul? Então, aproveite que elas também podem ser vistas em nosso blog!
