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Em tempos de intolerância e preconceito, é importante ressaltar as participações na ciência de grupos que, por muito tempo, foram deixados de lado e muitas vezes excluídos completamente de muitos meios sociais. Nesse sentido, você já se perguntou quantas dessas pessoas, mesmo lidando com o preconceito da sociedade, revolucionaram a ciência e entraram para a história se tornando ícones LGBT?
Assim, separamos 5 ícones LGBT que revolucionaram ou estão revolucionando o mundo da ciência!
1- Alan Turing

Provavelmente você já deve ter conhecido esse famoso cientista no filme “O jogo da imitação”, estrelado por Benedict Cumberbat – o Dr. Estranho da Marvel – em 2014.
Ele foi responsável por dois fatos decisivos na história humana: a agilização do fim da Segunda Guerra Mundial e a invenção do computador!
Conhecido como o “Pai da Computação moderna”, desenvolveu uma máquina capaz de quebrar o código de criptografia alemã, conhecido como “Enigma”, o que garantiu extrema vantagem para os Aliados derrotarem mais depressa a Alemanha nazista.
Logo depois do fim da guerra, trabalhou no Laboratório de Física do Reino Unido, onde desenvolvia um projeto de armazenamento de dados. O resultado dessa pesquisa foi a criação do primeiro computador, chamado Manchester 1, que segue as mesmas diretrizes dos computadores atuais.
Apesar de seus enormes feitos para a humanidade, Turing foi condenado à castração química, quando o governo britânico descobriu sua homossexualidade, em uma época que ainda era considerada crime. Infelizmente, por não suportar tal condenação, Alan Turing morreu por intoxicação dos remédios que tomava de forma compulsiva, em 1954.
Após 59 anos do ocorrido, o governo britânico pediu desculpas publicamente e Alan Turing foi perdoado postumamente da condenação por prática homossexual, pela rainha Elizabeth II.
2- Alan Hart

Considerado um dos maiores nomes da luta contra a tuberculose, pioneiro do uso de raio-X para detecção da doença em estágios iniciais, o que aumentava bastante as chances de cura do paciente, no início do século XX, Alan Hurt foi um homem transgênero e muito a frente do seu tempo.
Alan foi um dos primeiros a fazer cirurgia de mudança de sexo nos Estados Unidos e conquistou seu espaço como cientista e homem trans há quase cem anos atrás!
3- Sally Ride

Sally Ride foi a primeira mulher americana a ir ao espaço, em 18 de junho de 1983, fazendo parte da tripulação da Challenger, na missão STS-7. Depois desse grande feito, no qual colocou-se um satélite em órbita e recolheu-se um outro antigo avariado, Sally subiu ao espaço mais uma vez, um ano depois, ainda a bordo desse famoso ônibus espacial.
Sally foi casada com o também astronauta Steven Hawley e, após seu falecimento, Sally se relacionou com a Dra. Tam O’Shaughnessy. Tal relacionamento se manteve em segredo por 27 anos – para evitar que essa relação afetasse negativamente suas carreiras, por causa de homofobia – até a morte de Sally, em 2012, causada por um câncer de pâncreas.
4- James Pollack

Nascido em 1938 e falecido em 1994, James B. Pollack foi um astrofísico que trabalhou no Centro de Pesquisa Ames da NASA. Além de ter sido Ph.D na Universidade Harvard em 1965, orientado pelo famoso Carl Sagan, os dois trabalharam juntos em pesquisas sobre terraformação de Marte e a extinção dos dinossauros. Por tais contribuições em pesquisas sobre Marte, uma das mais famosas crateras desse planeta recebeu seu nome em sua homenagem.
O astrofísico, apesar de viver em um século envolvido de preconceitos, guerras e intolerâncias, mantinha sua sexualidade aberta para o público, não tendo medo de se assumir gay abertamente.
5 – Matthew McGill

Físico pesquisador e tecnólogo chefe da Divisão de Ciência da Terra, do centro de pesquisas da NASA, Goddard, Matthew McGill está revolucionando os estudos climáticos do planeta, pela aplicação do LIDAR – instrumento que emite pulsos de radiação laser em diferentes comprimentos de onda, fazendo com que se produza um mapa da atmosfera terrestre. Essa grande pesquisa fez com ele viajasse por diversos países e estudasse o clima em diversas áreas no mundo.
Em 2017, McGill foi premiado por suas contribuições na ciência pela National Organization of Gay and Lesbian Scientist and Technical Professional (NOGLSTP) – Organização LGBT estadunidense que incentiva essa população a se consolidar na ciência e educação dos EUA.
Entrevistado pela NASA e perguntado sobre como ser inovador, McGill respondeu que não ser limitado pelas percepções de barreiras e buscar novas maneiras de fazer algo que normalmente é considerado usual foram chaves para sua pesquisa que inovou em sua área de estudo.
A luta contra a homofobia na ciência
Imagine um mundo em que essas pessoas foram completamente oprimidas e excluídas da sociedade somente por suas orientações sexuais e identidades de gênero. Imagine o que Alan Turing poderia ainda ter desenvolvido pela computação se não fosse condenado. E ainda tantos outros ícones LGBT que foram apagados pelos preconceitos durante a história. Tais feitos impactaram o mundo e poderiam ter sido maiores. Dessa maneira, nós da AEROJR. acreditamos em um mundo de diversidade, no qual todos podem se desenvolver e contribuir em suas áreas de atuação, promovendo o desenvolvimento humano, livre de preconceitos e discriminações!
Autor: Pedro Picanço