5 Pesquisas Feitas na Estação Espacial Internacional

Nós, humanos, somos seres movidos pela curiosidade. Ela pode ser definida como o desejo humano de explorar o universo  para aumentar o conhecimento e, dessa forma, desvendar o que ainda não conhecemos. Assim, uma das formas que temos de ampliar o conhecimento são os experimentos científicos. Porém, muitos experimentos e pesquisas científicas não podem ser feitos aqui na Terra, pois a própria aceleração da gravidade atrapalha os resultados. Por isso, nós temos a Estação Espacial Internacional (ISS), e hoje iremos conhecer  5 pesquisas feitas nela.

No final de contas, o que é a Estação Espacial Internacional?

A Estação Espacial Internacional  é um laboratório espacial de microgravidade que foi criado com o objetivo de ser uma base habitada continuamente por seres humanos. Ela começou a ser construída no ano de 1998 e só foi finalizada em 2011. A ISS foi um projeto de 15 países. Dentre eles Estados Unidos, Canadá, Japão, Rússia e os países que compõem a Agência Espacial Europeia (ESA).  

Ela tem o tamanho aproximado de um campo de futebol. Além disso, pesa, aproximadamente, 419 toneladas e possui um espaço habitável de 388 metros cúbicos. Seus sistemas são controlados por 52 computadores, que gerenciam mais de 1,8 milhões de linhas de código para o controle de voo da estação. 

Mas e aí, onde ela está localizada?

A estação espacial encontra-se em órbita da Terra a uma altitude de aproximadamente 400 quilômetros, (em) uma órbita tipicamente designada de órbita terrestre baixa. Dessa forma, ela pode ser vista da Terra a olho nu, além disso, viaja a uma velocidade média de 27.700 km/h, completando 15,70 órbitas por dia.

Agora, depois de entender um pouco sobre a ISS, iremos conhecer 5 pesquisas interessantes feitas na estação:

 31 de julho de 2020 — O astronauta da NASA e o comandante da Expedição 63, Chris Cassidy, trabalham no módulo Harmony da Estação Espacial Internacional, atendendo amostras de DNA microbiano para sequenciamento e identificação. 

1.Pesquisa de Parkinson:

A doença de Parkinson é um distúrbio do sistema nervoso central  que afeta o movimento. Muitos dos sintomas da doença envolvem o controle motor, como a capacidade de controlar seus músculos e movimento. Assim, em 2017, foi iniciado um estudo na ISS. Esse estudo é uma parceria entre a Fundação Michael J. Fox para pesquisa de Parkinson e o Centro de Ciências Espaciais Avançadas.

O que ele pretende?

Descobrir novas maneiras de tratar e prevenir a doença de Parkinson

Como?

Pessoas com doença de Parkinson têm a atividade aumentada do gene LRRK2, e estudos genéticos ligam mutações no gene LRRK2 a um risco aumentado de desenvolver a doença de Parkinson. Assim, medicamentos que inibem o LRRK2 estão em desenvolvimento, mas, sem conhecer a estrutura precisa dessa enzima, esse trabalho é como fazer uma chave sem conhecer a forma do buraco da fechadura que deve caber. O intuito da pesquisa é, justamente, cultivar os cristais LRRK2 para serem analisados, ​​usando estudos de difração de raios-x e difração de nêutrons ao retornar à Terra.

Por que no espaço?

Em um ambiente com menos gravidade, como a Estação Espacial Internacional, a proteína pode crescer muito mais. Isso permite que os cientistas a observem com melhor resolução e, assim, as compreendam com maior precisão. 

2.Pesquisa de Astrocultura Avançada (ADVASC) 

Um passo importante para futuras explorações interplanetárias é a compreensão da gravidade na vida das Plantas. A capacidade de produzir fontes de alimentos de alta energia e baixa massa durante o vôo espacial permite a manutenção da saúde da tripulação durante missões de longa duração, com um impacto reduzido nos recursos necessários para viagens de longa distância. Assim, uma das pesquisas que são feitas na ISS é exatamente sobre isso; o cultivo de plantas fora da Terra. 

Os astronautas estão aprendendo a cultivar plantas para alimentação no espaço. As plantas cresceram com sucesso em duas tentativas, mostrando que a gravidade não é necessária para o cultivo de plantas saudáveis. Porém, desempenha um papel na forma delas e na qualidade das suas sementes. 

O experimento também cultiva sementes de soja no espaço, produzindo plantas maiores e sementes com taxas de germinação comparáveis ​​às plantadas na Terra. Experimentos futuros são necessários para verificar se algumas características únicas de crescimento no espaço ocorrem em diferentes espécies de plantas.

Como?

A Estação Espacial Internacional (ISS) possui um laboratório ideal para o cultivo de plantas e o estudo da influência da gravidade nas plantas que evoluíram na Terra. Assim, Os astronautas estão aprendendo a cultivar plantas para alimentação no espaço. 

O astronauta Steve Swanson, em 2014, cultivando alface.

A Astrocultura Avançada tenta determinar se as plantas podem completar seu ciclo de vida e gerar semente na microgravidade, bem como os efeitos da microgravidade nos níveis de expressão genética, comparando as características químicas das várias substâncias produzidas no ISS com as das colhidas na terra. 

3. Experimento de Fibra Ópticas com Melhor Qualidade Fabricadas na Microgravidade

Devido ao intenso desenvolvimento tecnológico das telecomunicações, cada vez mais necessitamos de uma taxa maior de transmissão de dados. Assim, precisamos de meios de transmissão mais eficientes, e uma ótima escolha é a fibra óptica. Logo, uma pesquisa para a melhora da sua qualidade se torna essencial. Dessa forma, é justamente sobre isso que se trata uma das pesquisas da ISS. 

Como?

O experimento cria fibras ópticas a bordo da Estação Espacial Internacional, usando uma mistura de zircônio, bário, lantânio, solvente e alumínio, conhecida como  ZBLAN. A Produção de fibra ótica opera dentro da Microgravity Science Glovebox (MSG). Além disso, elas  apresentam baixa perda óptica e alto valor comercial.

Por que no espaço?

O ZBLAN é difícil de se fabricar na Terra, devido à cristalização, induzida pela gravidade. Além disso, estudos sugeriram que esse tipo de fibra produzida em microgravidade poderia ter qualidade superior ao produzido na Terra.

 4. Experimento Formação de Côndrulos

Uma frase muito famosa dentro da astronomia é aquela que diz que somos todos poeira estelar. Assim, alguns experimentos tentam validar cada vez mais essa afirmação. Esse é o caso do experimento de formação de côndrulos.

Mas, o que são côndrulos?

Um côndrulo é uma esférula de minerais e liga de ferro-níquel, que medem cerca de 2 a 4 milímetros. Acredita-se que essas pequenas esferas sejam a matéria primordial da formação do sistema solar.

Como?

O intuito da série de experimento é descobrir  como a poeira criada por processos estelares é transformada em dimensões intermediárias. Essas dimensões, por sua vez, acabam se transformando em planetas, luas e outros objetos. Assim, a formação experimental de côndrulos na ISS imita as condições primordiais de baixa gravidade e alta energia.

O experimento ocorre em uma câmara NanoRacks, com um pequeno motor de vibração agitando-a para deixar as partículas de poeira flutuando. Uma carga elétrica é produzida a cada hora, 100 vezes, enquanto uma câmera registra a ação. Desse modo, a poeira de silicato é transformada em côndrulos, por meio das descargas elétricas.

Por que?

Uma melhor compreensão de como os planetas se formam poderia ajudar na busca por mundos habitáveis. Por outro lado, poderia também contribuir para a nossa compreensão das origens da Terra e do início da história do Universo.

5. Cimento Espacial 

O experimento chamado de Cimento Espacial foi um projeto científico criado por estudantes brasileiros do ensino fundamental do estado de São Paulo. Com idades entre 12 e 13 anos, eles eram alunos do colégio do Colégio Dante Alighieri e da Escola Municipal Perimetral, da grande São Paulo, e do Projeto Âncora, de Cotia. 

Dessa forma, o projeto foi escolhido pela NASA em 2017 para ser testado na Estação Espacial Internacional. O experimento teve como objetivo descobrir como o cimento reagiria no espaço e qual seria o efeito da radiação no material.

Como?

O experimento foi lançado no espaço pela Nasa (Agência Aeroespacial Americana) em junho de 2018, em um foguete da SpaceX, empresa de Elon Musk. O cimento foi misturado com água e plástico reciclado para depois averiguar o processo de endurecimento do material no espaço. Vale ressaltar que o plástico verde foi feito de cana-de-açúcar brasileira, e usado para diminuir a passagem de radiação pelo material, o que poderia causar câncer nos astronautas.

Para testar o projeto, foram preparados dois tubos iguais — um foi para a ISS, e o outro ficou no laboratório terrestre. Cada um foi dividido em duas partes por presilhas: uma com água e outra com a mistura. Após a expedição de aproximadamente 30 dias, o material que foi para órbita retornou ao solo e foi comparado com o que ficou por aqui. Os jovens descobriram que o processo de cristalização era maior na Terra do que no espaço e não há consenso na comunidade científica sobre as consequências disso. Os efeitos da radiação ainda estão sendo analisados.

Mas não acaba por aí…

Além desses experimentos aqui apresentados, existem muitos outros que já aconteceram, que estão acontecendo e que ainda estão para acontecer. A ciência não descansa, está sempre buscando compreender um pouco o universo e buscando melhorar a qualidade de vida humana. 

Gostou dessas informações? Nesse blog e nas nossas redes sociais trazemos assuntos como esse sobre a Estação Espacial Internacional, e também sobre satélites, missões espaciais, etc. Então, não perca tempo e nos acompanhe em todas as redes sociais para aprender cada vez mais!  Instagram: @GravidadeAerojr  

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Autor: Nathalia Ventura

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