Talvez você saiba ou já tenha ouvido falar que as sondas espaciais tem permitido a exploração do espaço e ampliado nosso conhecimento sobre o mundo que nos cerca. Mas, você sabe o que são esses equipamentos? Quais missões executam? Aqui iremos te contar sobre essas incríveis produções aeroespaciais.
Histórico
O ser humano, desde sua origem, apresenta uma postura curiosa e busca explicações para os diversos fenômenos que observa. Esse comportamento não seria diferente, ao se tratar do espaço. O Universo sempre foi contemplado com indagação e, muitas vezes, de maneira temerosa.
Já na Antiguidade, o homem demonstrava muito interesse pelo céu e buscava compreende-lo para desenvolver suas atividades. Os fenícios, por exemplo, estudavam os astros para aprimorar sua navegação e comércio marítimo. Os chineses, por outro lado, observavam as estrelas de maneira mística.
No entanto, nesse período, os estudos eram todos feitos, com base em uma observação à distância. Em 1609, Galileu Galilei construiu sua primeira luneta e, desde então, o universo pôde ser explorado mais detalhadamente. Com o avanço da tecnologia, foram desenvolvidos instrumentos que sobrevivem ao hostil ambiente espacial e, dessa forma, são capazes de explorar astros e planetas ainda mais de perto que o equipamento de Galileu. Nesse contexto, surgiram as sondas espaciais.
Sondas Espaciais
Sondas espaciais são naves espaciais não tripuladas, utilizadas para a exploração de áreas e corpos remotos no Universo. Elas carregam equipamentos de laboratório, para realizar medições, que serão enviadas à Terra por telemetria. Entre esses equipamentos, estão magnetômetros, que medem o campo magnético de diferentes astros, e detectores de partículas, que analisam as propriedades de raios cósmicos presentes no espaço.
Nesses veículos há, ainda, aparelhos próprios para a avaliação de composições químicas de diferentes atmosferas e para a medição da velocidade de ventos. Além disso, sondas são equipadas com câmeras, que possibilitam a captura de imagens de locais e corpos distantes da Terra.
Classificações
Cada sonda atende a demandas distintas e, dessa forma, pode ser classificada de acordo com a missão para qual foi designada:
- Sonda de Sobrevoo: navega perto de um astro e analisa-o com seus instrumentos.
- Sonda Orbitadora: entra na órbita de um astro e funciona como um satélite artificial desse corpo.
- Sonda de Impacto: tem o objetivo de colidir com um
- astro, para analisa-lo durante a colisão ou aproximação.
- Sonda Rover: tem capacidade de locomoção, para analisar uma área maior de um astro.
- Sonda Lander: pousa sobre um astro para analisa-lo in loco.
- Sonda Observatório: tem capacidade telescópica. Pode atuar em diversas faixas do espectro eletromagnético, para efetuar observações geofísicas, astronômicas e espectrais com maior nitidez.
Alta Tecnologia das Sondas Espaciais
Por alcançarem longas distâncias e serem equipadas com aparelhos tecnológicos, as sondas espaciais são uma maneira eficiente de explorar o universo e desvendar seus mistérios, contribuindo para a formação de conhecimento nessa área da ciência. No entanto, os benefícios acarretados pela exploração do espaço não se limitam ao meio acadêmico.
É inegável que o projeto e desenvolvimento de sondas espaciais exige a formulação de tecnologia de ponta. Essas novas tecnologias, por sua vez, podem ser, posteriormente, aplicadas em situações e problemas que não estão, necessariamente, ligados ao setor aeroespacial.
A tecnologia desenvolvida para a exploração de Marte, por exemplo, foi, mais tarde, utilizada para mapear aquíferos de água doce em regiões desérticas da Terra. Dessa forma, é evidente que a tecnologia desenvolvida pela exploração espacial beneficia a sociedade como um todo.
Ademais, o conhecimento sobre universo e domínio de questões espaciais contribui para o fortalecimento da soberania de países que exploram esse setor. Assim, as relações internacionais são aprimoradas.
Algumas sondas espaciais desempenharam missões muito expressivas e com objetivos audaciosos. Entre elas, estão o Programa Voyager, a missão Cassini- Huygens e o Programa Mars Exploration Rover.
Programa Voyager:
O Programa Voyager foi iniciado em 1977 com o objetivo de explorar os planetas mais distantes do Sistema Solar. Ele contou com o lançamento de duas missões, a Voyager 1 e a Voyager 2, que explorariam Júpiter, Saturno e suas respectivas luas. Posteriormente, a exploração expandiu-se para Urano, Netuno e Plutão.
A Voyager 2 foi lançada em 20 de agosto de 1977, enquanto a Voyager 1 teve seu lançamento em 5 de setembro desse mesmo ano. Essas datas foram escolhidas, cautelosamente, pela NASA, pois, nesse período, os 4 planetas gasosos do Sistema Solar estariam alinhados, fato que só ocorre a cada 175 anos. Com esse evento, as sondas espaciais poderiam ser impulsionadas pela gravidade de cada um desses astros, reduzindo o tempo de viagem. Esse fator foi essencial para o sucesso das missões.
As sondas do programa Voyager foram equipadas com os chamados “Golden Records”, discos fonográficos de cobre, cobertos por ouro, que carregam diferentes informações sobre o planeta Terra. Entre esses dados, estão fotos, sons ambientes, músicas e saudações em diferentes línguas. Os registros terrestres seriam úteis, se fossem encontrados por outra sociedade durante a viagem da sonda.
Esse programa foi responsável pelo descobrimento de vulcões ativos fora da Terra e pela localização de oceanos submersos em Europa, uma das luas de Júpiter. Além disso, revelou uma atmosfera similar a da Terra em um satélite natural de Saturno, Titã. As sondas permitiram, ainda, a obtenção de informações sobre a intensidade de raios cósmicos e sobre o campo magnético galáctico, além de capturarem imagens dos anéis de Júpiter, Urano e Saturno.
Em 2004, a Voyager 1 saiu da Heliosfera, atravessando a fronteira entre o Sistema Solar e o Espaço Interestelar. O mesmo aconteceu com a Voyager 2, em 2007. Hoje, Voyager 1 está a 20,8 bilhões de quilômetros de distância do Sol, enquanto a Voyager 2 está a 17,2 bilhões de quilômetros da Terra. Suas câmeras não funcionam mais, mas alguns de seus equipamentos ainda são capazes de coletar dados e enviá-los para nosso planeta. Nesse sentido, a Missão Voyager tornou-se a missão espacial mais longa da história, até então.
Missão Cassini-Huygens:
Iniciada em 1997, a missão Cassini-Huygens tratou-se de um projeto conjunto entre a NASA e a Agência Espacial Europeia, para a exploração de Saturno, suas luas e anéis. Consistiu em dois grandes elementos: o orbitador Cassini e a sonda Huygens.
A Cassini- Huygens alcançou Saturno em 2004, 7 anos após seu lançamento. Ao atingirem seu destino, os elementos se separaram: Cassini adentrou a orbita de Saturno, enquanto a sonda espacial Huygens pousou em Titã, uma das luas do planeta.
Titã mostrou-se rochosa e composta por uma neblina de metano. Em 2006, foram encontradas evidências da presença de lagos em sua superfície. Foi a primeira vez que esse tipo de descoberta foi feita, fora da Terra.
Em 2008, Huygens sobrevoou Encélado, outro satélite de Saturno. Na superfície astro, foram encontrados plumas de vapor e vulcões de água. Essas descobertas são indícios de oceanos subterrâneos, condições essenciais para o desenvolvimento da vida como ela é conhecida. A missão Cassini- Huygens foi, ainda, responsável pelo descobrimento de furacões nos polos do planeta estudado.
Durante 2017, Cassini explorou áreas entre os anéis de Saturno, regiões, antes, pouco investigadas. Nesse mesmo ano, devido ao fim de seu combustível, a sonda espacial foi “sacrificada”, adentrando na órbita do planeta sobre o qual tanto estudou.
Mars Exploration Rover
A missão Mars Exploration Rover se baseia no envio, para Marte, de dois rovers com o objetivo de explorar o ambiente marciano. Essas sondas espaciais são capazes de deslocarem-se pela superfície do planeta, tornando possível a investigação sobre a existência de água nesse astro. Os veículos são responsáveis, ainda, por coletarem informações sobre a formação geológica, processos climáticos e potencial biológico de Marte.
Os rovers, denominados como Spirit e Opportunity foram transportados até Marte em seus próprios foguetes. Spirit foi lançado em 10 de junho de 2003, alcançando Marte em 3 de janeiro de 2004. Opportunity, por sua vez, deixou a Terra em 7 de julho de 2003 e chegou no seu destino em 24 de janeiro de 2004.
As sondas pousaram em lados opostos do planeta e tiraram diversas fotos, para que cientistas definissem os melhores locais a serem estudados e orientassem as áreas de pesquisa de cada veículo.
Continuamos a Explorar
As sondas espaciais são, portanto, equipamentos imprescindíveis para a exploração do Universo como um todo. As diversas missões espaciais, por elas realizadas, nos permitiram conhecer áreas antes nunca investigadas e nos aprofundar em questões sobre a formação do espaço.
Afinal, toda a tecnologia empregada e desenvolvida pelas missões espaciais permitem o avanço e desenvolvimento de da vida na Terra.
Autor: Luíza Manfrini
3 comentários em “O que são Sondas Espaciais?”
Valeu, estou pesquisando para fazer uma apresentação ajudou muito.
MUITO BOM ESSE TRABALHO JUNIOR. FIQUEI ENCANTADA VOU DIVULGAR AOS MEUS ALUNOS E COLEGAS.
MUITO BOM ESSE TRABALHO JUNIOR. FIQUEI ENCANTADA VOU DIVULGAR AOS MEUS ALUNOS E COLEGAS. GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE O PROJETO.