A História da Agência Espacial Brasileira (AEB)

Conheça a história da principal administradora do Programa Espacial Brasileiro!

Tudo Começou na Guerra Fria

Segundo os livros de história, em 1947 se iniciava a Guerra Fria. Ela foi uma disputa armamentista e tecnológica entre duas superpotências, e mais do que isso, entre dois sistemas econômicos. Essa competição, apesar de ter apresentado grandes momentos de tensão, promoveu desenvolvimento em muitas áreas e esse período não foi diferente para a tecnologia espacial. Em meados de 1955, União Soviética e Estados Unidos iniciaram uma corrida pela supremacia na exploração deste setor, uma vez que o mesmo se demonstrou estratégico para que os países envolvidos pudessem monitorar as atividades de seu concorrente.

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Corrida Espacial

A princípio, toda a tecnologia espacial desenvolvida era para uso militar. Porém, com o passar dos anos, os sistemas criados para as situações extremas do espaço trouxeram inovações que beneficiaram da vida na Terra. Alguns exemplos delas são: micro-ondas, câmera digital, avanços em telecomunicações e, é claro, o GPS.

O Início no País

O Brasil não demorou muito para reconhecer a necessidade da exploração deste setor e, em 1965, construiu seu primeiro centro de lançamento, intitulado Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBA) e localizado no estado do Rio Grande no Norte. Dois anos depois, o primeiro protótipo do foguete Sonda I foi lançado.

http://www.inpe.br/scd1/site_scd/fotos/scd1-massprop.jpg
SCD-1

Em 1993, mais um marco do Programa Espacial Brasileiro foi alcançado com o lançamento do primeiro satélite brasileiro, o Satélite de Coleta de Dados (SCD-1), com a missão de coletar dados ambientais. Ele foi programado para uma vida útil de um ano, porém, devido à alta competência tecnológica, ontem completou 26 anos em órbita.

Surge a AEB

Um ano depois, em 10 de fevereiro de 1994, o país deu um grande passo rumo ao desenvolvimento do programa espacial brasileiro, centralizando seu comando com a criação da Agência Espacial Brasileira (AEB). Essa organização civil, que hoje comemora seus 25 anos de existência, foi definida como uma autarquia, ou seja, uma instituição que pode dispor de patrimônio próprio e realiza atividades típicas do estado. Além disso, foi vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Desde a sua criação, a Agência Espacial Brasileira deu grandes passos rumo ao desenvolvimento da tecnologia no país. Em 1994, iniciou seus trabalhos com a promoção da operação Guará, uma campanha em parceria com a NASA, que foi pioneira no lançamento de foguetes de sondagem utilizando o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Esse centro, é o mais importante do país e um dos mais bem posicionados do mundo, por conta de sua proximidade com a linha do equador.

Para se desenvolver ainda mais, em 1997, o Brasil ingressou no programa de cooperação da Estação Espacial Internacional, do inglês International Space Station (ISS) e, nesse mesmo ano, ocorreu o primeiro voo teste do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), um foguete nacional.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Vls1-mockup-test.jpg
VSL-1

No decorrer dos anos seguintes, o Programa Espacial Brasileiro se desenvolveu muito e fez parcerias com outros países, como por exemplo com a China, para o desenvolvimento do satélite sino-brasileiro (CBERS). O primeiro protótipo desse satélite foi lançado em 1999, no centro de lançamento de Taiyuan.

http://www.cbers.inpe.br/hotsite/img/1999/1999_img_02.jpg
CBERS

Em 2003, porém, ocorreu um acidente na base de Alcântara por conta do acionamento prematuro de um dos motores do protótipo de um VLS, e 21 técnicos morreram.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/08/tragedia-em-alcantara-faz-dez-anos-e-brasil-ainda-sonha-em-lancar-foguete.html

Essa tragédia comoveu a sociedade e dentre as recomendações do relatório de investigação após o acidente, foi pedida a modernização da plataforma de lançamento. Hoje, o CLA conta com uma torre de apoio para fuga dos funcionários, em caso de emergência.

O Brasil continuou com suas pesquisas e, em 2004, realizou o primeiro lançamento teste de um VSB-30, um foguete de sondagem suborbital de médio porte, direcionado a realizar experimento em ambientes de microgravidade.

Em 30 de março de 2006, o tenente coronel Marcos Pontes parte em direção à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em Inglês) e passa a ser o primeiro brasileiro a ir para o espaço. Lá, o astronauta realizou oito experimentos no ambiente de microgravidade.

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2018/03/10-curiosidades-sobre-o-astronauta-brasileiro-marcos-pontes.html
Primeiro Brasileiro a ir ao Espaço

Outras conquistas vieram e, em 2010, um novo VSB-30 é lançado em Alcântara, agora contendo dez experimentos de universidades, institutos e pesquisas de alunos do ensino fundamental.

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/12/foguete-de-medio-porte-e-lancado-em-alcantara.html
VSB-30

Depois, em 2014, o Brasil lançou seu primeiro foguete com combustível líquido, o VS-30. O objetivo da missão era testar o motor L5, que foi totalmente desenvolvido no Brasil e utiliza etanol e oxigênio líquido para propulsão.

Lançamento do primeiro foguete brasileiro com combustível líquido, em Alcântara no Maranhão

Atualmente, a organização e execução das atividades espaciais são instituídas pelo Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE) que, por sua vez, define a AEB, que tem sua sede principal em Brasília, como órgão central e coordenador geral do setor. Ou seja, a Agência é a principal controladora do Programa Espacial Brasileiro, atuando desde a regulamentação até a implementação das atividades espaciais.

 http://portal-antigo.aeb.gov.br/agencia-espacial-brasileira-completa-21-anos/
Sede da AEB

E o Futuro?

Percebe-se que ainda há muito o que explorar para que o país possa continuar se desenvolvendo e criando novas tecnologias. É uma área muito importante politicamente e, para que sua estruturação seja bem realizada, investimento financeiro é indispensável.

Apesar da relativa falta de recursos, a Agência Espacial Brasileira obteve grandes conquistas no setor em que atua. Hoje, o Brasil possui grande capacidade para aplicar as tecnologias geradas pela atividade espacial em áreas como telecomunicações, metrologia e fornecimento de imagens. Portanto, nós da AEROJR, desejamos os parabéns por todas as conquistas da AEB e pelo seu aniversário de 25 anos!

Autor: Gabriel Rodrigues

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