Não é segredo para ninguém que ruídos muito intensos podem gerar sérias consequências à saúde. Qualquer pessoa que permaneça exposta ao som elevado pode ter problemas fisiológicos e até mesmo psicológicos, como perda auditiva e estresse. Entretanto, não é raro nos encontrarmos no dia a dia em ambientes com índices elevados de ruído. Um desses, inclusive, pode ser no seu ambiente de trabalho, sendo esse caso agravado quando falamos de ruído em indústrias.
Repletas de maquinário robusto e de uso contínuo, as grandes indústrias concentram diversas fontes emissoras de ruído constante. Para os operadores dessas máquinas, ou até mesmo para trabalhadores de setores próximos ao pátio de produção, os danos causados por esses sons intensos podem ser muito prejudiciais. Além disso, todas as consequências na saúde geradas pelo ruído em indústrias afetam o desempenho do colaborador em suas atividades diárias.
O excesso de som é permitido?
A intensidade sonora, seja em indústrias ou em residências, precisa ser regulada e estar em conformidade com a legislação adequada para cada ambiente. Existem diversas leis e normas que tratam sobre os limites permitidos que o ruído pode atingir, e existem punições cabíveis ao desrespeito delas.
No caso do ruído em indústrias, pode ser aplicada a Norma Brasileira 10.152 – a NBR 10152. Ela estabelece os limites aceitáveis que o som em locais distintos pode atingir. É importante ressaltar que, apesar de definir a intensidade do barulho permitida, exceder esses valores não necessariamente implica em problemas auditivos. Além da intensidade, o tempo de exposição é um fator central nas consequências à saúde.
O problema da intensidade sonora
A NBR 10152 cita que a intensidade sonora ideal para ambientes de trabalho não ultrapassa 45 dB. Da mesma maneira, estudos indicam que o nível de som adequado ao conforto acústico é 65 dB. Já ruídos acima de 85 dB são considerados prejudiciais, a depender do tempo de exposição.
Entretanto, estima-se que o ruído em indústrias possa atingir com facilidade a marca de 110 dB, o que é próximo ao som produzido por fortes trovoadas ou bandas de rock!
Além de problemas auditivos, o ruído com essa intensidade também pode causar sérios problemas judiciais, tanto perante os funcionários das indústrias quanto perante os vizinhos da região. Mas o que fazer em relação a esse problema?
Controle de Ruído em Indústrias
A indústria não pode simplesmente parar o funcionamento em razão dos altos níveis de ruído. Então, uma das maneiras de minimizar o impacto que isso pode ter no cotidiano, no trabalho e na produtividade dos colaboradores é o controle de ruído do ambiente.
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é amplamente difundido no setor industrial. Além de serem obrigatórios em alguns ambientes específicos, eles podem ajudar a proteger os colaboradores que atuam mais próximos às fontes de ruído. Protetores auriculares e abafadores industriais são saídas interessantes para casos onde não se pode atuar de maneira mais eficaz, ou quando as medidas finais de controle ainda não foram tomadas.
Existem diversas saídas para tratar o problema da intensidade sonora nos lugares. Todavia, a mais efetiva é aquela que visa tratar a raiz da questão: as fontes emissoras. Em especial para o ruído em indústrias, na maioria das vezes não é possível excluir o equipamento emissor. Porém, buscar soluções que impeçam as ondas sonoras de alcançarem aos trabalhadores é uma excelente alternativa.
O tratamento na fonte pode ser feito por meio de modificações no ambiente próximo ao maquinário, por exemplo. Através de estudos especializados sobre vibração, reverberação e trajetória das ondas sonoras, é possível desenvolver estratégias acústicas para limitar a quantidade de ruído que vaza do ambiente da fonte. Dessa maneira, não é necessário elaborar barreiras individuais para cada colaborador. Visto que, se bem executado, o barulho não ultrapassa mais o limites estabelecidos pela NBR 10152.
EPIs ou Controle de Ruído da Fonte?
Cada tipo de controle de ruído em indústrias tem um desempenho para diferentes níveis de intensidade sonora registradas. Cada solução busca resolver problemas de complexidades distintas, e é importante uma análise da situação atual da indústria antes de escolher. Apesar de uma solução não excluir a outra. Ademais, é importante considerar se o objetivo é proteger somente os colaboradores internos ou também evitar problemas legais com a vizinhança da empresa.
Ao fim das contas, os tipos de controle trazem retornos semelhantes ao investimento requerido por cada um. Por exemplo, o uso de EPIs, apesar de fundamental e de grande ajuda, pode acarretar em um retorno não tão significativo e de menor controle para a empresa. Já o controle das fontes emissoras, apesar de ser uma solução com alto valor agregado, tende a ser aquele que proporciona maior retorno.
Essa comparação também pode ser feita ao serem estudados os custos de manutenção periódica, reposição de material e fiscalização interna. Nesses casos, o investimento no controle de ruído voltado para as fontes é mais atrativo financeiramente.
Esse estudo é fundamental para a implantação de uma solução que resolva os problemas da empresa. A AEROJR. atua prestando consultoria acústica para situações de controle de ruído industrial, e pode auxiliar nesse processo de adaptação de normas. Caso a sua empresa esteja procurando maneiras de priorizar o desempenho e bem estar dos colaboradores, além de evitar problemas judiciais com a vizinha, contate-nos!
Autora: Victoria Santos